Apesar das inovações aportadas no mercado de meios de pagamentos pela transformação digital, o plástico ainda tem sobrevida garantida nos próximos anos como componente de um portfólio vasto construído para atender diferentes perfis de compradores e vendedores. Entre as experiências testadas até agora no país incluem-se os pagamentos por aproximação – com as tecnologias NFC, que funciona por campo de proximidade, e MST, que emula a tarja do cartão -, e as carteiras digitais como Samsung Pay, disponível também em aplicativos dos bancos.
As novidades incluem ainda pagamentos por QR Code, código de barras que pode ser lido por celulares; dispositivos vestíveis, como relógios e pulseiras; pagamentos entre indivíduos (P2P), disponíveis em aplicativos de fintechs e empresas não financeiras, como operadoras de telecom; pagamentos associados a objetos (IoT); e leitura biométrica.
“O plástico ainda é o meio mais democrático”, diz Rogério Panca, diretor de meios de pagamentos do Banco do Brasil. O banco vê o crescimento de iniciativas como uso do cartão de débito para pagamento de serviços como Uber. Este ano, lançou campanha para divulgar pagamento sem contato na carteira digital Ourocard e apresentou pulseira de pagamentos, que custa R$ 70, sem anuidade. O uso dos cartões rende pontos no programa Livelo e podem ser usados para pagamentos de contas e, além da Samsung Pay, o banco oferecerá a Android Pay, do Google.
No Itaú Unibanco, dono de 40% do mercado de cartão de crédito, o uso de dispositivos móveis como canal chegou a quase 75% no ano passado, mas os pagamentos móveis são menos de 10% do total. O diretor de produtos e pagamentos digitais Rubens Fogli crê na expansão do mundo on-line, de pagamento em aplicativos e de pagamento em loja sem cartão, com maior uso de tecnologias.
Outra tecnologia com potencial transformador nos próximos anos é a biometria. Carlos Giovane Neves, CEO do banco CBSS, da holding Elopar, vislumbra carteira ou aplicativo para abrigar todos os dados financeiros de diferentes instituições, capaz de monitorar fluxo de caixa, gerir programas de recompensas e parametrizar decisões, com autenticação biométrica e inteligência artificial.
Durante o Ciab, os lançamentos reforçaram tendências tecnológicas como IoT, biometria e pagamentos por aproximação. A Visa demonstrou solução de compra e pagamento por meio de um carro conectado, dispositivos vestíveis (relógio, anel e pulseira) e solução de equipamento de venda automática de bebidas com autenticação facial.
A Mastercard levou soluções de pagamento sem contato para pedágio, disponível apenas para motocicletas, e a tecnologia Identity Check de autenticação por identificação digital ou reconhecimento facial. Na Cielo, uma das novidades foi a internet das coisas: a integração da plataforma Lio ao dispositivo Chopp Up permitia ao visitante escanear seu crachá para liberar um chopp.
Fonte: Valor Econômico